domingo, 26 de setembro de 2010

Desilusões

Contos de fadas, amores correspondidos, finais felizes, existem? Caso existem, são coisas das quais desconheço, a vida dá voltas, o mundo gira, felicidade é um estado de espírito passageiro. Pessoas não mudam de humor porque querem, e sim porque a vida lhe dá motivos para que o humor delas dê uma volta por completo. Umas horas você está por cima, feliz de tal forma, outras horas, você esta péssima, acabada, sem forças para se manter em pé. Não é caso de força física, e sim mental, a cada dia uma nova prova, um novo desafio, uma nova esperança, uma nova desilusão. Chego por muitas vezes a acreditar que pessoas felizes, não existem. Que amores correspondidos, são raros. Casamentos se destroem, casais se divorciam, pessoas choram e entram em depressão cada vez mais. Num mundo, com milhões de pessoas, poucas se combinam, muitas ficam para trás. Decepções fazem parte do nosso dia a dia, um coração dilacerado, partido, mil pedaços, a cada dia, uma parte deste mesmo coração vai para o lixo, para o fundo do poço. Isso é o resultado de como as pessoas são hoje em dia, o que elas pensam e tem para si. O que fazer com tudo isso? A resposta de muitos é “deixa levar”, “a vida é assim mesmo, dê a volta por cima”, um dia sem sorriso é um completo desperdício, mas um sorriso verdadeiro hoje em dia vale tanto quanto achar um pote de ouro no meio de um nada, achar uma mina de diamante, ganhar na loteria. Ser feliz hoje em dia está tão complicado e difícil, que tenho medo de ser impossível. Espero o dia em que lerei isso e verei que estava equivocada, mas enquanto esse dia não chega, eu realmente deixo a vida levar...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ela: Sabe quando todos os seus sonhos se desmoronam?
Ele: Sim, eu sei.
Ela: Pois é, são os meus.
Ele: Talvez não fossem sonhos o bastante para você ser capaz de transformá-los em realidade.
Ela: Talvez sim, porém a realidade nunca foi capaz de me tornar forte o bastante para fazer esses sonhos saírem do meu travesseiro e andarem ao meu lado.

Infinito Paraíso

Um mar imenso e lá estava ela, parada, cercada por um infinito paraíso. Michaela, garota de cabelo loiro encaracolado, olhos cor de mel, bochecha bem rosada, a pele com um tom pálido, que dava a impressão ser de porcelana, como aquelas bonecas, lindas e frágeis. O mar ao seu redor, não era bonito, era lindo. Aquele lugar não se limitava em ser bom, era maravilhoso. A brisa, as cores, a areia e toda a calma transmitida.
E ela corria, como se flutuasse, sorria sem parar por um instante, ao perceber então que não estava sozinha, havia um garoto junto a ela, de cabelo preto, curto, olhos castanhos bem escuros, uma pele clara, mas ainda assim mais bronzeada que a da menina. Dessa vez a visão era nítida, eles corriam juntos, de mãos dadas, sempre sorrindo, os olhos brilhavam sempre quando encontravam a visão um do outro.
Resolveram parar, por cansaço talvez, sentaram-se sob um enorme coqueiro, olharam para o alto, e deitaram-se na grama ali existente. O fim da tarde, o sol se pondo, e todo aquele momento aparentemente ainda no inicio. Eles se entreolhavam diversas vezes porém não cansavam, era de uma certa forma prazeroso. O silencio não causava timidez, e sim talvez a ausência do que falar. Porém Michaela ao lembrar que a informação mais importante ainda não sabia, curiosa perguntou:
- Ei, afinal, qual o seu nome? Ainda não sei.
- Eduardo, e o seu? – sorrio levemente.
- Me chamo Michaela, prazer em conhecê-lo. – sorrio novamente e deu um beijo na bochecha do seu novo amigo, Eduardo.
Após um longo tempo de conversa, era como se já fossem íntimos, sabiam praticamente tudo um da vida do outro, e era inegável que a atração que sentiram a partir do primeiro olhar era muito forte. Um súbito silêncio toma conta daquele lugar, eles se olham intensamente, Eduardo passa sua mão com delicadeza sobre o rosto da garota, os rostos se aproximam, os lábios quentes buscavam pelo outro, e quando toda aquela sensação parecia tomar conta de todo o corpo e os lábios começaram a se tocar, um fim.
Toda aquela imagem se apaga, tudo fica escuro e ao mesmo tempo mais claro, a garota abre os olhos e se vê deitada, em sua cama, onde na noite anterior havia deitado, se dá conta então de que tudo não se passou de um sonho, porém era aquele um dos seus sonhos prediletos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bilhetes


E lá estava ela, sentada naquele lugar de costume, 3º fileira, 5º cadeira, olhando atenciosamente para o quadro, para o professor, prestando atenção em toda aquela aula, estavam equivocados todos aqueles que isso pensavam. Na realidade os pensamentos estavam em outro mundo, em outro espaço, em outra pessoa. Gabriela, garota de olhos azuis, realçados por um lápis de olho bem preto, a boca pouco chamativa, apenas com um simples gloss para dar um brilho especial em toda aquela palidez que era a sua pele.
Seus dias ultimamente haviam sido monótonos, nada de essencial, nenhuma novidade, nenhuma lágrima, nenhum sorriso verdadeiro. Seu namoro há algum tempo já não se passava de pura rotina, porém muito amor, aquele garoto da sua sala fazia seu coração pular, suas pernas tremerem, borboletas em seu estomago aparecerem, era ele, o causador de todos aqueles efeitos.
Algo toca sua cabeça e então todos os pensamentos se romperam em questão de segundos, ao olhar para baixo, percebeu então que era um papel que havia a tocado, um papel comum, como aquele que ela e Felipe (seu namorado) trocavam diariamente. Pegou-o rapidamente, e abriu cuidadosamente, mas algo lhe dizia que não era tão bom, quanto todas as outras vezes. Começou a ler então:
“Meu amor... Como é tão difícil lhe dizer isso, covardia minha estar falando por um simples papel, porém foi à forma mais fácil que encontrei. Não tá dando mais certo entre nós dois. Esteve tudo tão bem, mas não está mais, na verdade o meu amor por você não é mais o mesmo, com o tempo todo aquele sentimento se acabou, eu lamento não ter lhe dito isso antes, mas eu tive que pensar bastante, para tomar a decisão certa. Não sofra, por favor, eu só preciso pôr um fim.”
Lágrimas invadiram seus olhos subitamente, ela fechou os mesmos, mordeu seus lábios com certa força, segurando-se para não chorar. Então, após alguns minutos escreveu:
“Eu entendo, e creio que nada posso fazer. Me desculpe por qualquer coisa, só queria que soubesse que eu te amo muito, e enfim só há uma coisa que eu realmente devo fazer”
Lançou o papel para trás, e após pouquíssimo tempo, o recebeu de volta, abriu o papel:
“O que você deve fazer?”
Escreveu rapidamente:
“Sou obrigada a te esquecer.”
Ele: “Creio que realmente deva ser o melhor a fazer.”
“Nisso tudo, só há uma única dificuldade.” Gabriela escreveu.
“Qual?” Perguntou ele um tanto curioso.
“Convencer meu coração desta verdade.”

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Ela: Me esqueça.
Ele: Por que diabos devo fazer isso?
Ela: Por mim, eu não te quero mais aqui- Falou, ríspida, porém seu coração diria outra coisa totalmente diferente.
Ele: E porque você não me quer mais aqui?
Ela: Porque eu estou tentando, e eu preciso te esquecer, sem mais perguntas, por favor.
Ele: Me esquecer? Se você nunca me teve na cabeça?
Ela: Isso é o que você pensa. Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, e sobre meus sentimentos.
Ele: Então me conte.
Ela: Não há mais tempo, já falei. Vá embora.
Ele: Você quem esta dizendo que não há mais tempo. Quer que eu vá embora?
Ela: Não é questão de querer, é questão de ser necessário.
Ele: Você fala como se você sentisse algo por mim, além de amizade.
Ela: E se existisse, do que adiantaria? Você me daria às costas e diria que não passamos de bons amigos.
Ele: Como você pode saber?
Ela: Eu conheço você.
Ele: Conhece a mim, não a meus sentimentos.
Ela: Conheço o bastante para saber o que faria.
Ele: Não conhece o bastante a ponto de saber que eu te amo.
Ela: E você não me conhece tanto, a ponto se saber que eu sempre te amei.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A última rosa.


Após 9 meses de relacionamento, o nosso namoro estava esfriando, não é algo que eu gostaria que acontecesse, eu o amava tanto, e em momento nenhum eu poderia querer isso. Mas foi algo que foi acontecendo. As provas do colégio, as amizades, e depois de tanto tempo aos poucos estávamos nos afastando, sem perceber. Ao olhar para trás, que percebemos tais mudanças, as inúmeras ligações cotidianas, foram diminuindo, a ponto, que eu poderia ficar dias sem falar com ele. As visitas a minha casa todos os dias foram se tornando cada vez mais raras. Eu ainda era muito apegada a ele, o tempo me tornou dependente daquela presença masculina na minha vida. Após todos os acontecimentos, para mim, estava tudo normal, porém, creio que para ele, não, não estava tudo bem.

Marcamos então um encontro, na pracinha, perto da minha casa, e não muito longe da dele. Precisávamos conversar, sobre a vida, havia algum tempo já que não fazíamos isso. Eu só pensava em revê-lo, sentir aqueles lábios me tocarem mais uma vez, sentir aqueles braços me abraçarem de uma forma que eu sempre perdia o meu chão, eu precisava daquilo, ao menos mais uma vez. Na hora marcada, me arrumei e fui para o local combinado. Após uma curta caminhada, precedida de muita ansiedade, finalmente cheguei, e lá estava ele, lindo como sempre, com aquele cabelo liso, preto, jogado para o lado, uma combinação perfeita com o seu olho verde claro e a sua pele morena.

- Meu amor, quanto tempo... Parece que faz anos que não nos vemos. – Abracei-o com força.

- Realmente, é como se fossem anos. -Seus lábios quentes tocaram a minha testa.

Pude perceber com rapidez, ele estava estranho, talvez, só comigo. E a conversa prosseguiu... Uma conversa morna, sem muito interesse, assuntos do cotidiano. E então nenhuma demonstração real de afeto. Até que...

- Camila, não dá mais pra agüentar, eu vim aqui, pois precisamos conversar, vim para tratar de um assunto, tão difícil, que por muitas vezes me pego fugindo de ter que tocar nele. – A voz dele mudou de tom, não era mais aquele tom calmo, era como se ele estivesse nervoso, tenso com alguma coisa.

- Pode falar Henrique, eu quero saber o que é tão difícil para você, conte-me. Não me esconda, não fuja, você sabe que estou sempre aqui. – Falei, sendo forte, mas não bastava muito para perceber o meu medo lá no fundo.

- Bom... – Fez uma breve pausa, e então continuou. – Há algum tempo que o nosso relacionamento vem se esfriando, aos poucos fomos nos afastando cada vez mais.

- Sim, eu sei, e isso não ira mais acontecer, vamos voltar a ser o que era antes. – tive de interromper, eu já sabia onde aquela conversa iria dar, e era daquele fim que eu tinha tanto medo.

- Me ouça. – Falou, voltando ao seu tom de voz calmo. – Eu ainda a amo, e isso eu não posso negar, nem a você, nem a ninguém. Sendo que esse amor não é o bastante, não é o suficiente para continuarmos juntos.

- Mas o meu amor, junto com o seu, é o bastante, eu sei disso.

- Não meu amor, não é. Obrigada por todo o tempo que esteve ao meu lado, obrigada por todo esse amor, acredite, eu também te amei muito, só que não dá mais, eu não posso mais adiar o fim, preciso de um tempo, um tempo pra mim. – Com um ato repentino, ele esticou sua mão direita, puxou uma rosa, a mais bonita, das diversas flores que haviam ao nosso lado.

Lágrimas caiam dos meus olhos, era impossível contê-las, aquele era o fim. E como típico dele, carinhoso e romântico, me entregou aquela rosa, enxugou minhas lágrimas, levantou e saiu, eu não poderia prendê-lo aqui ao meu lado, deveria deixá-lo ir. E então abaixei minha cabeça, e encarei aquela rosa, que agora estava em minhas mãos, ele me deu aquela rosa, e eu sabia que seria a última.

Um pedido.




Dessa vez foi diferente, a nossa briga estava sendo séria, talvez ali todos aqueles sonhos pudessem se acabar. Sentei na cama, a mesma com lençóis amassados, jogados por cima de uma noite calma, a noite se foi, os lençóis não. Feito meu coração, amassado e bagunçado. No meio de toda aquela discussão, não pude segurar, uma lágrima escorreu dos meus olhos, com um ato extremamente rápido, ergui minha mão ate minha face, onde enxuguei aquela lágrima indesejada, eu precisava ser forte, era necessário. A briga continuou, a lágrima que escorreria seria imperceptível, ou talvez inútil, aquele triste momento não estava perto de acabar.

- Por todo esse tempo eu confiei em você, confiava de olhos fechados se necessário. Tudo isso você pôde destruir, jogar no lixo, como se fosse um nada. - Falei com a voz ainda tremula.

- Eu sei, sei que errei, toda confiança que você depositou em mim, não posso me perdoar, por ter feito tudo que fiz. – Disse ele, com aquele tom angelical, que meche completamente comigo, mas eu deveria ser forte, não podia me deixar levar.

- Como você pôde? Todo esse tempo, eu daria minha vida por você, e você nem a confiança que eu tinha você conseguiu preservar. – Era difícil, e então doía, não consegui, lagrimas escorreram, e eu não pude conte-las.

- Eu entendo seu sofrimento, mas, por favor, não sofra por mim, não consigo ver isso.

- Não sofrer? Como não sofrer? Se você não quisesse meu sofrimento não teria feito, não teria me traído.

- É tão difícil para mim, e mais ainda pra você. Foi só uma noite, uma noite que não vale nada, e ainda assim eu consegui acabar com tudo.

- Parabéns, conseguiu acabar com tudo. Eu te amo tanto, mas pra que? Pra você jogar todo esse sentimento no lixo, tudo isso pro fundo do poço. Se não me amasse falava, talvez pudesse ter sido mais fácil.

- Eu te amo, amo muito, eu jamais vou me perdoar por ter feito o que fiz, mas você... me perdoa?

- Te perdoar? Como posso? Você teve sua chance, e olha o que fez... – Minha voz falhando, lágrimas escorriam involuntariamente.

- Todos merecem uma segunda chance, me dê a minha, eu te imploro.

- Te dar? Pra que? Pra errar novamente?

- Não, mas pra mostrar o quanto estou arrependido, e não farei novamente.

- Por que daria essa segunda chance?

- Por isso.

Em fração de segundos, os nossos lábios se encontravam, foi muito rápido, não pude evitar, e ainda assim, se pudesse não teria forças o bastante, meu coração a ponto de sair pela boca, não se decidia em parar ou disparar, estava rápido demais, e ao mesmo tempo lento. Aqueles lábios quentes enroscavam-se aos meus, que se afastavam aos poucos. Abri meus olhos, e então uma caixa pequena, preta, estranha e ao mesmo tempo comum, estava a minha frente, confusa, perguntei.

- O que é isso?

- É a prova do meu amor, eu te amo tanto.

- Mas...

- Mas nada, basta responder, aceita se casar comigo?

Ele abriu aquela pequena caixinha, nela havia duas alianças, duas lindas alianças.

- É... Sim.

Um sorriso surgiu dos lábios dele, nossos lábios se encontraram novamente, sei que o certo, era dizer não, depois de tudo. Mas meu coração falou mais forte que a razão, era o sim que eu queria, e sim saltou da minha boca, como uma palavra que contra a minha vontade era obrigada a ser dita. Enfim, após tantas palavras e acontecimentos, eu só poderia ter certeza de uma coisa naquele momento, aquele é o homem que eu amo, é ele com quem devo permanecer.


Definição.



Debruçada na janela, como de costume, me pego olhando as estrelas, a lua, o céu, e todo meu infinito particular. Me perco em meus pensamentos, como se quisesse decifrar alguns segredos, ou descobrir respostas em mim mesma. Em algum ponto de meus pensamentos, paro para tentar achar o sentido real de toda essa vida, de todas as possibilidades, a uma só eu pude me apegar, a mais simples, e ao mesmo tempo complexa. VIVER, de verdade, com coragem, com sinceridade, capacidade, simplicidade. Aproveitar é uma das palavras que a define, aproveitar o sol em um dia qualquer, a chuva no final de semana, os dias tediosos de toda rotina, a noite sem programação, o brilho do olhar de quem se odeia, o carinho das pirraças de quem se ama, aproveitar o bom de todo o ruim. Amar, outra palavra que a define, amar o sol, a lua e todas as estrelas,amar as pessoas que mesmo de longe te acompanham como se estivessem perto, as pessoas distantes que mesmo insignificantes, fazem parte do seu dia a dia, amar quem te fez sofrer, porque apesar de tudo, também te fez crescer, amar enfim quem esteve ao seu lado em todos os momentos, te fazendo superar todas as desilusões e fazendo rir de todos os constrangimentos. Sorrir, de alegria ou de vergonha, de dentro pra fora, de verdade, com vontade, talvez sorrir para não chorar, coisa comum, feita com os olhos cheios de lagrimas. Chorar, de felicidade, ou de dor, ação praticada por uma palavra que com muito esforço não consegue ser expressada, palavras que o coração não consegue dizer, mas consegue sentir. Viver enfim, pode juntar o sentido de muitas outras palavras em uma só, por isso, de todas as maneiras, formas, frases e palavras, viver foi a minha escolhida para definir toda essa vida, passado, presente e futuro, que indefinida, nos define.

Chuviscos.


Olho pela janela, a chuva cai, gotas de uma água transparente, um coração apertado, uma mente confusa. Decido então sentir aquela água, me olho no espelho, e chego a conclusão que não há mais tempo pra pensar, hora de fazer certas coisas por impulso. Abro a porta e saio. A água escorrendo pelo meu rosto, descendo pelo meu corpo, fria e lentamente, uma sensação de tranqüilidade, a mente esvaziando aos poucos, aquela chuva que antes me trazia um certo tédio, agora trás paz, talvez a vida seja assim, enxergar o melhor nas piores coisas, aproveitar o bom do ruim, sorrir querendo chorar, ficar em pé, quando se quer cair... Mas é assim, se quiser ser feliz, veja a felicidade nas maiores tristezas!

Permita-se.


Às vezes me pego pensando, o medo, o amor, o ódio, o afeto, o carinho... tantos sentimentos, um só coração, será que esse coração agüenta? Ele quer pular, ele não agüenta mais, ele ta vazio, mas ao mesmo tempo tão cheio, problemas, duvidas, medos... Que me pegam me prendem saber que vou cair, com receio de cair, mas querendo cair. Me arriscando por algo que é certo que não vai dar certo, mas querendo ir em frente, pular de um penhasco, sabendo que eu posso sofrer, com medo, mas com coragem. O medo, algo que nos pega e nos deixa sem saber o que fazer, se arriscar por algo, ou nos conter? Evitar, sofrimentos, lagrimas, arrependimentos, sorrisos, amores, vitórias. Mas esse coração pulsa, ele quer se jogar, parar de bater talvez, mas surge esperança, ele tem coragem, vai seguir em frente. O coração bate rápido, ele quer continuar batendo, mesmo sem motivo, ele vai bater, ate o ultimo segundo, ele não vai desistir, e os sentimentos? Dentro do coração, cada um ocupa seu lugar, nos deixa sufocada, são tantos sentimentos em um pequeno espaço. Mas eles cabem, se não couberem, não importa, já não faz mas diferença, pra um coração que pulsa sem motivo, muitos sentimentos são o motivo bastante pra ele bater um pouco mais.

O tempo e o vento.



O tempo é como o vento, leve, lento, suave, rápido de certa forma, aos nossos olhos, passa lentamente, trás uma boa sensação, mas quando nos damos conta, já passou, aproveitar esse vento, essa brisa, é um mérito que poucos tem, não basta olhar, raciocinar, e saber que está passando, não basta aprender... o  essencial é viver,aproveitar, para que quando passe, seja quase imperceptível. O vento, assim como o tempo, trás coisas boas, coisas novas, leva problemas, amores e folhas caídas ao chão. Bagunçam a mente, os sentimento e todos os papéis deixados em cima da mesa. Trazem sofrimentos e areias que insistem em cair em nossos olhos, esses mesmos, já embaçados, pelas famosas lagrimas, de alegria ou de tristeza, talvez, pela saudade, que mesmo com o vento ou com o tempo, saudade pode ser a única coisa que vai restar, dessa rotineira mudança que a vida nos garante... 

Efeito.





A vida às vezes é tão cruel... por que ela é assim? Em certo momento você está tão feliz, parece que o chão perdeu suas dimensões, a sensação é que toda a terra virou nuvem, você está no céu, a perfeição te abraçou de certa forma, que todas a as imperfeições não chamam a sua atenção. Mas ai vem a vida, e você cai. Você não desce pouco a pouco, cada tristeza por tristeza ou problema por problema. É como se você simplesmente perdesse sua nuvem, e caísse, assim, do ponto mais alto que se pode imaginar, não há arvores ou gramas que amorteçam sua queda, a mesma ocorrem em um chão duro, denso, feito cimento, chamado realidade. Essa sim, te abraça de um jeito, os problemas vem de vez, todas as imperfeições ganharam sua atenção. É “efeito dominó” um empurra o outro, e em questão de segundos, horas, minutos, dias, você se vê no chão, por completo. Só espera que o vento leve isso contigo, a cada brisa uma vontade de esquecer tudo, tentar de novo, subir de novo. O que aconteceu? Por que? O que tem comigo? O que eu fiz? Você se pergunta... Mas é a vida, o porquê de cada coisa, ninguém jamais entenderá, finais felizes? Existem? Ou é só questão de momento? O vento passa, e a cada lágrima, a cada fração de segundos, você olha ao seu redor, aquelas pessoas, seu mundinho individual, onde estão? É como se você estivesse em um deserto, você querer engolir cada lágrima, para não morrer, desidratar. Seu coração, feito uma bomba, sendo que já se explodiu a muito tempo, o sangue escorrendo por dentro, e você nem percebeu. Na verdade, o mesmo coração, esse mesmo sangue, estão intactos, pulsando, por pulsar, 1% de desistência, 99% de esperança, lutando por felicidade, por amor, por perfeição, não aquela perfeição dita impossível, mas aquela que completa, não aqueles momentos bons, sorridentes e rápidos, e sim aqueles que mesmo longe ou esteja onde estiver é possível se arrancar um sorriso. 

Se o final feliz é uma imperfeição dessas, perfeita para você, eu espero o meu, espere o seu também.

Sem direção.


Levantei do sofá e decidi abrir a porta, caminhar um pouco, sem direção. O vento acariciando meu rosto, passando calma e lentamente, esfriando todo o tipo de quentura permanente em meu corpo. Esse mesmo vento foi como se levasse a cada segundo uma lembrança, um sentimento. Acalmando-me aos poucos. Fecho os olhos, e mesmo sem destino, eu sei aonde chegar, ou talvez isso nem tenha importância. Tive a impressão que estivesse conectada ao meu corpo, cérebro e coração. Sentindo o sangue pulsar, me desligando de minhas atitudes, sem pensar em nada. Foi como se meus pés já estivessem no controle automático, e está à busca de um destino, um rumo. Um lugar a seguir, um local seguro para parar. Abro meus olhos, e me deparo com uma rua sem saída, um bom lugar para dar a volta. Sigo para minha casa, deixando em paz todos os pensamentos que ali me rodeavam, esquecendo cada ponto de insegurança, achando um pouquinho de esperança, lá no finzinho do meu pensamento, entro em casa, as luzes acesas, me olho no espelho, analisando cada ponto de imperfeição e de perfeição, cada brilho no meu olhar, talvez ali meu olhar tenha voltado a brilhar. Percebo que não importa aonde vou chegar, o importante é caminhar, e perceber que independente de onde eu esteja à esperança um dia pode brotar.

Lágrimas.


Às vezes na vida, somos derrotados pelas lagrimas, nessas horas, gostaríamos que os causadores destas lágrimas nos vissem chorar, para mostrar o quanto sentimos com as atitudes alheias. Mas nada, nem ninguém pode derrotar este pensamento que nos derrota, não poderíamos dizer:” só o tempo vai melhorar isso”, porque o tempo vai nos levar a novas atitudes, novos sentimentos, e não voltar a viver o hoje, o agora. Por isso nada acabará com o seu sentimento de agora, nesta fração de minutos, cada lágrima parece demonstrar o quanto o seu coração esta partido. Quando você finalmente decide sair do seu próprio mundo e ir para um chuveiro, naquele momento, tudo o que você vê não está no seu lugar, ou você não está de acordo com o lugar onde você está. Quando a água cai, e você decidi mergulhar de vez naquela água que cai sobre você, você está mergulhando não na água, mas sim em seus pensamentos, perde o chão, e sente falta de alguém pra te segurar enquanto chora ou que apenas se junte nas lágrimas. Neste meio tempo você se perde na imensidão de sua memória e quando você se acha no seu mundo, abre os olhos e respira profundamente, como se fosse a sua primeira respiração, nestes segundos de uma respiração profunda você olha no espelho e percebe que nunca é tarde para RECOMEÇAR. 

O tocar dos lábios.


Uma troca de olhares, um brilho intenso nos olhos, o coração começando a pulsar, bater cada vez mais rápido, a mente projetando um desejo, apagando todas as lembranças, o aproximar do corpo, os lábios começando a se tocar, a pele esquentando. Aquele beijo, aquela festa, as suas amigas, as pessoas que mais gosta, ou talvez que você nem conheça. Fecha os olhos e toda aquela imagem se apaga. Um beijo lento, mas intenso, o corpo fervilhando, o coração querendo pular, saltar, como se fosse grande demais pra aquele corpo, ou para aquele momento. O mundo a sua volta se desliga. O barulho, as pessoas, luzes, nada é demais pra estragar aquele seu momento, a mão na nuca, na cintura, o colar do corpo, dos lábios, o pensamento vago, o beijo fica mais intenso, mais rápido, mais calmo. E volta ao seu ritmo normal, diminuindo a cada segundo, os lábios se afastam aos poucos, os olhos se abrem. Um olhar que tira o chão, mas aquele foi só o seu primeiro beijo. O primeiro beijo de sua vida, ou talvez daquela festa. E quem se importa? Você só deseja ter aquela sensação mais uma vez, e mais uma vez, talvez aquela sensação você queira ter para sempre.

Não programado.


Eu não sou um robô, que fala o que mandam ou que pode ser programado! Eu sou um ser humano com sentimentos e atos mal-pensados. Sou um ser humano que comete erros, que briga, chora, luta, odeia, mas também ama. Que se entrega, e se arrisca. Sou um ser humano que pensa, mas também que age por impulso, um ser humano que vive. Sou eu mesma, quero sim que gostem de mim, mas não pretendo agradar ninguém e nem ser outra pessoa para que isso aconteça. Se eu não gostar de mim, se não me valorizar, não vou me conhecer, não vou saber quem realmente sou. Com isso, não vão poder me amar do jeito que sou. Não vou ser mais uma mascará nesse mundo, uma mascara que cobre seus defeitos, mas também passa por cima de suas qualidades. Uma mascara que esconde quem você é, ou quem você quer ser. Não quero e nem vou viver em um esconderijo para me privar deste mundo, ou para me privar de ser eu mesma. Eu vou viver, vou chorar, vou errar e me arrepender. Vou me arriscar por muitas coisas, por um beijo, um abraço, uma família, um amor, uma pessoa. Vou me arriscar sendo eu mesma e sem vergonha de chorar em publico, de pagar mico, de sorrir com os olhos cheios de lagrimas e assumir que isso aconteceu. Vou ser eu mesma, porque um robô qualquer, jamais vai ocupar esse meu lugar no mundo!

Passado.


Sentada na varanda do quarto, o sol batendo na cara, queimando por fora. Uma luz intensa por dentro. Me pego pensando no passado. Aquele passado, que me definiu quem sou hoje, decisões, metas, amores, quantas vezes me arrisquei, e por várias vezes também recuei, com medo. Pensar no passado não é algo tão difícil, muito menos doloroso. Repensar conceitos e idéias, talvez seja algo necessário. Basta parar, pensar, relembrar, deixar seu pensamento fluir, se questionar. Reorganizar atitudes e colocar esse mesmo passado como se fossem livros em suas devidas prateleiras. Vitórias e perdas, erros e acertos, cada lembrança em seu respectivo local. Uma sombra começa a surgir, esfriando meu rosto já quente, observo no horizonte que o sol já começa a se pôr, o dia indo embora, logo, o hoje vai virar ontem, esse mesmo, vai ser o meu passado.

Um vazio constante.


Sabe quando você se sente sozinha em meio a tanta gente? Quando parece que o mundo te virou as costas? Todos simplesmente se esqueceram de você? E mesmo tendo a lua e as estrelas ao seu lado, você sente falta do sol, pra te aquecer, pra botar mais brilho nos seus dias, e mais alegria nos seus sorrisos. Tudo o que você quer é esquecer-se de tudo e de todos, e apenas sorrir, gritar, dançar e pular. Mas a cada lado que você olhe vem à lembrança, vem o vazio. Não é o sofrimento, a ausência, ou a saudade que te incomodam, é esse vazio perturbador. Como um mar imenso, e você... esse pequeno navio, inseguro e perdido. Sem saber pra aonde ir, ou o que encontrar a sua frente, apenas achando-se sozinho pra enfrentar o que vier. Sentindo-se incapaz, podendo fazer mais, tentar mais, ser mais! Mas algo te puxa para a escuridão. Mesmo que você corra para o sol, para a luz, fugindo da sombra, é como se você nunca chegasse lá. Porém, faça o seu melhor, a melhor corrida está dentro de nós, e é nela que temos que correr, é na luz que um dia chegamos.

É a ilha a minha frente, o mundo dentro da gente, que eu sei que um dia encontramos.

Te amo!



Te amo, frase com muitos sentidos, frase carinhosa, muitas vezes de coração, mas muitas vezes não. Frase que hoje fazem um uso banal, mas que se formos parar para refletir sobre seu real conceito, não é correto fazer o uso desta forma. Para mim o “te amo” tem um sentido muito mais complexo do que apenas duas palavras, duas palavras que entrando em conexão representam muito mais. Representa o amor, amor puro, ingênuo, tranqüilo. Amor de irmão, amor de amigo, amor repleto de paixão.  Algo que desejamos o recíproco. Frase que mesmo não sendo dita percebe-se através do olhar, do carinho, da atenção, das palavras, muitas vezes das pirraças, das brincadeiras, dos momentos, das risadas, de um silencio, que pode expressar muito mais. Te amo, uma frase usada constantemente, mas nem sempre sendo sincera. Frase que muitos buscam um real conceito. Cada um acha e tem para si o seu conceito, no meu conceito, um te amo, não é simples, é algo que vem acompanhado com muitos outros sentimentos. Te amo familiar: Aquele que expressa calma. Transmite sinceridade, que sabemos que podemos contar e mesmo sem saber o que esta acontecendo, te ajuda mesmo assim. Que te defende e que acima de tudo e de todos só quer ver o seu bem-estar. Te amo de amizade: Aquele que expressa muito mais do que simples momentos a serem contados, que expressa atenção, que não se importa com o seu mal-humor matinal, que só quer ver o seu sorriso ao fim da tarde. Aquele que mesmo sabendo sua vida por inteiro, faz questão de sempre saber um pouco mais, saber de sua vida e o que acontece contigo. Te amo de homem e mulher: Uma frase acompanha de paixão, uma pitada de desejo, um pouco de amizade, a vontade de estar perto, de sentir o beijo, o carinho, a atenção,a vontade de amar e ser amado. Te amo, frase que não existe real conceito, uma explição, não é uma frase para se entender, e sim para se sentir. Desta forma criará o seu próprio conceito sobre o que é o amor, o que você sente, e valor do “eu te amo” nisso. Jamais se arrependa de pronuncia - lá, tenha coragem de falar um “te amo” todo dia. 


Porque todo amanhã é sempre incerto e imprevisível.