sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um pedido.




Dessa vez foi diferente, a nossa briga estava sendo séria, talvez ali todos aqueles sonhos pudessem se acabar. Sentei na cama, a mesma com lençóis amassados, jogados por cima de uma noite calma, a noite se foi, os lençóis não. Feito meu coração, amassado e bagunçado. No meio de toda aquela discussão, não pude segurar, uma lágrima escorreu dos meus olhos, com um ato extremamente rápido, ergui minha mão ate minha face, onde enxuguei aquela lágrima indesejada, eu precisava ser forte, era necessário. A briga continuou, a lágrima que escorreria seria imperceptível, ou talvez inútil, aquele triste momento não estava perto de acabar.

- Por todo esse tempo eu confiei em você, confiava de olhos fechados se necessário. Tudo isso você pôde destruir, jogar no lixo, como se fosse um nada. - Falei com a voz ainda tremula.

- Eu sei, sei que errei, toda confiança que você depositou em mim, não posso me perdoar, por ter feito tudo que fiz. – Disse ele, com aquele tom angelical, que meche completamente comigo, mas eu deveria ser forte, não podia me deixar levar.

- Como você pôde? Todo esse tempo, eu daria minha vida por você, e você nem a confiança que eu tinha você conseguiu preservar. – Era difícil, e então doía, não consegui, lagrimas escorreram, e eu não pude conte-las.

- Eu entendo seu sofrimento, mas, por favor, não sofra por mim, não consigo ver isso.

- Não sofrer? Como não sofrer? Se você não quisesse meu sofrimento não teria feito, não teria me traído.

- É tão difícil para mim, e mais ainda pra você. Foi só uma noite, uma noite que não vale nada, e ainda assim eu consegui acabar com tudo.

- Parabéns, conseguiu acabar com tudo. Eu te amo tanto, mas pra que? Pra você jogar todo esse sentimento no lixo, tudo isso pro fundo do poço. Se não me amasse falava, talvez pudesse ter sido mais fácil.

- Eu te amo, amo muito, eu jamais vou me perdoar por ter feito o que fiz, mas você... me perdoa?

- Te perdoar? Como posso? Você teve sua chance, e olha o que fez... – Minha voz falhando, lágrimas escorriam involuntariamente.

- Todos merecem uma segunda chance, me dê a minha, eu te imploro.

- Te dar? Pra que? Pra errar novamente?

- Não, mas pra mostrar o quanto estou arrependido, e não farei novamente.

- Por que daria essa segunda chance?

- Por isso.

Em fração de segundos, os nossos lábios se encontravam, foi muito rápido, não pude evitar, e ainda assim, se pudesse não teria forças o bastante, meu coração a ponto de sair pela boca, não se decidia em parar ou disparar, estava rápido demais, e ao mesmo tempo lento. Aqueles lábios quentes enroscavam-se aos meus, que se afastavam aos poucos. Abri meus olhos, e então uma caixa pequena, preta, estranha e ao mesmo tempo comum, estava a minha frente, confusa, perguntei.

- O que é isso?

- É a prova do meu amor, eu te amo tanto.

- Mas...

- Mas nada, basta responder, aceita se casar comigo?

Ele abriu aquela pequena caixinha, nela havia duas alianças, duas lindas alianças.

- É... Sim.

Um sorriso surgiu dos lábios dele, nossos lábios se encontraram novamente, sei que o certo, era dizer não, depois de tudo. Mas meu coração falou mais forte que a razão, era o sim que eu queria, e sim saltou da minha boca, como uma palavra que contra a minha vontade era obrigada a ser dita. Enfim, após tantas palavras e acontecimentos, eu só poderia ter certeza de uma coisa naquele momento, aquele é o homem que eu amo, é ele com quem devo permanecer.


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