sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bilhetes


E lá estava ela, sentada naquele lugar de costume, 3º fileira, 5º cadeira, olhando atenciosamente para o quadro, para o professor, prestando atenção em toda aquela aula, estavam equivocados todos aqueles que isso pensavam. Na realidade os pensamentos estavam em outro mundo, em outro espaço, em outra pessoa. Gabriela, garota de olhos azuis, realçados por um lápis de olho bem preto, a boca pouco chamativa, apenas com um simples gloss para dar um brilho especial em toda aquela palidez que era a sua pele.
Seus dias ultimamente haviam sido monótonos, nada de essencial, nenhuma novidade, nenhuma lágrima, nenhum sorriso verdadeiro. Seu namoro há algum tempo já não se passava de pura rotina, porém muito amor, aquele garoto da sua sala fazia seu coração pular, suas pernas tremerem, borboletas em seu estomago aparecerem, era ele, o causador de todos aqueles efeitos.
Algo toca sua cabeça e então todos os pensamentos se romperam em questão de segundos, ao olhar para baixo, percebeu então que era um papel que havia a tocado, um papel comum, como aquele que ela e Felipe (seu namorado) trocavam diariamente. Pegou-o rapidamente, e abriu cuidadosamente, mas algo lhe dizia que não era tão bom, quanto todas as outras vezes. Começou a ler então:
“Meu amor... Como é tão difícil lhe dizer isso, covardia minha estar falando por um simples papel, porém foi à forma mais fácil que encontrei. Não tá dando mais certo entre nós dois. Esteve tudo tão bem, mas não está mais, na verdade o meu amor por você não é mais o mesmo, com o tempo todo aquele sentimento se acabou, eu lamento não ter lhe dito isso antes, mas eu tive que pensar bastante, para tomar a decisão certa. Não sofra, por favor, eu só preciso pôr um fim.”
Lágrimas invadiram seus olhos subitamente, ela fechou os mesmos, mordeu seus lábios com certa força, segurando-se para não chorar. Então, após alguns minutos escreveu:
“Eu entendo, e creio que nada posso fazer. Me desculpe por qualquer coisa, só queria que soubesse que eu te amo muito, e enfim só há uma coisa que eu realmente devo fazer”
Lançou o papel para trás, e após pouquíssimo tempo, o recebeu de volta, abriu o papel:
“O que você deve fazer?”
Escreveu rapidamente:
“Sou obrigada a te esquecer.”
Ele: “Creio que realmente deva ser o melhor a fazer.”
“Nisso tudo, só há uma única dificuldade.” Gabriela escreveu.
“Qual?” Perguntou ele um tanto curioso.
“Convencer meu coração desta verdade.”

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